domingo, 5 de dezembro de 2010

Introdução

PINHOLE: Cenas Alteradas
Um estudo sobre as alterações de cor e forma em fotografias estenopeicas


1 INTRODUÇÃO
Novidade. Eis o que move os seres-humanos. Ver as coisas que se vê todo dia de um outro modo, por outro ângulo, em outra posição, pintadas de outra cor, vê-las sem cor, em outro formato, não vê-las para querer vê-las de novo, revê-las tentando imaginá-las de outra forma.
Eis o exercício a que me propus realizar neste trabalho, no qual, visando potencializar as possibilidades de recriação visual a partir de cenas do real, recorri ao uso câmeras fotográficas estenopeicas ou, como são mais conhecidas no Brasil, “pinhole”, ou “câmeras do buraco da agulha”.

A escolha em se trabalhar com pinhole deveu-se, em especial, a uma peculiaridade desse tipo de câmera: a falta de visor. No momento da captura da imagem, o fotógrafo, sem ter um visor para olhar, pode, no máximo, idealizar a cena que será fotografada, garantia de muitas surpresas no momento de conferir os resultados.

No exercício da fotografia com pinhole, o fotógrafo, que interfere em seu “aparelho” desde a fase de confecção, tem a oportunidade de “entrar na caixa preta” (FLUSSER, 1985) buscando desvendar seus mistérios e conduzir – ainda que de forma não tão plena como na fotografia convencional – seus resultados. O sujeito/fotógrafo tem a oportunidade de criar, imaginar, construir e desconstruir o equipamento e, por extensão, a imagem. Em outras palavras, o experimentalismo não tem limites aqui.

A ausência de lentes, a maior profundidade de campo, uma certa falta de definição que “cria um certo flow, impossível de conseguirmos usando máquinas normais” (DIETRICH, 2006) são as principais características desse tipo de prática artesanal, que deve ser entendida como um sistema paralelo, e não primitivo ou anterior à fotografia com lentes.

Entre minhas referências visuais durante a elaboração deste trabalho, destaco a produção do fotógrafo paraense Dirceu Maués, graças a quem ouvi falar pela primeira vez sobre fotografia “pinhole”, em 2006. Motivada por esse artista (e amigo), passei a frequentar os oficinas e exposições organizados pela Associação Fotoativa, em Belém (PA), parceira do Pinhole Day, comemorado mundialmente em abril. Ali, acabei conhecendo a produção local, que é bastante vasta graças à tradição de ensino em pinhole que existe em Belém.

Essa tradição vem se construindo desde as oficinas promovidas pela Fundação Curro Velho, mas principalmente pela militância do fotógrafo Miguel Chikaoka e equipe no ensino de pinhole, através da Fotoativa, criada na década de 80 e hoje principal referência na cidade para quem quer aprender e desenvolver essa técnica.

Em maio de 2010, depois de participar, na Fotoativa, de uma oficina de PINLUX (produção de câmeras feitas com caixas de fósforo da marca Fiat Lux e equipadas com filmes de 35mm), retomei o interesse por essa prática. Recorrendo à internet, conheci os trabalhos de dezenas de outros importantes nomes do cenário contemporâneo em pinhole.
Entre os quais, destaco o inglês Justin Quinnell, que usa a própria boca como suporte para sua câmera, conseguindo resultados surpreendentes que foram compiladas no livro Mouthpiece. Destaco ainda o trabalho, tanto prático como teórico, do alemão Jochen Dietrich, autor de várias publicações sobre pinhole que se tornaram referências obrigatórias para quem pesquisa o tema.
No Brasil, destaco ainda nomes como o de Paula Trope (RJ), que mescla arte e crítica social em seus trabalhos com meninos de rua e que expandiu o uso de câmeras sem lentes para o vídeo; o grupo Lata Mágica (RS), que também tem um trabalho bastante consistente com jovens; e o professor Cleber Falieri (MG), outro incansável “militante” do ensino em pinhole no cenário brasileiro.

(Download do texto na íntegra aqui)


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Primeiros resultados

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domingo, 26 de setembro de 2010

domingo, 12 de setembro de 2010

Começando com a digital...

Com a Canon EOS REBEL adaptada para pinhole (em vez de lente, papel preto com furo colado com isolante) fiz umas experiências hoje. Aquecimento para quando começar com as caixinhas com filme fotográfico. No começo, o papel celofane na frente do furo só deu cor mesmo, nada de excepcional. Usando copos coloridos como "filtro" para o furo, também sem graça...  Mas com uma esguichadinha de água nos materias o resultado começou a ficar interessante. O objeto fotografado é sempre o mesmo: forro de PVC branco com uma lâmpada branca acesa. Ei-los...

Com copo de acrílico cor de laranja
Com papel celofane azul com água pingada


Embalagem de "sonho de valsa" com pingos d'água